sexta-feira, 10 de junho de 2011

Confu$ão

Afinal de contas, é permitido danificar, de livre e espontânea vontade, as cédulas de Real? Na minha infância, diziam que isso era crime. Nunca parei para verificar se era ou não verdade, até porque me parecia bem coerente. As notas danificadas precisam ser repostas em circulação e quanto maior esse número, maior a necessidade de fabricação e maior o custo para os cofres públicos. Ou seja, dinheiro meu, seu, nosso...

Por isso tudo, me parece muito esquisito que as próprias instituições financeiras tenham decidido, com aval do Banco Central, utilizar um dispositivo que, na tentativa de arrombamento de Caixas Eletrônicos, libera uma tinta rosa, pintando as notas de forma a identificar que aquele dinheiro tem origem ilícita. Ou seja, em vez de dotar seus estabelecimentos de formas mais eficientes - e caras! - de segurança, simplesmente danificam as notas. Depois é só mandar fabricar mais com o meu, o seu, o nosso dinheirinho.

Enquanto a questão envolvia apenas as instituições financeiras, ninguém percebia o absurdo. Somente quando o absurdo se tornou maior, com esse dinheiro saindo dos Caixas diretamente para as mãos das pessoas de bem, é que o problema veio à tona. O próprio Banco Central determinou que o prejuízo ficasse com o cidadão. Como um criminoso, o correntista deveria entregar a cédula à polícia para investigação. Investigar o quê, cara-pálida?? Se o correntista era do bem ou do mal?? Só rindo...

Depois de muita polêmica e pressão da opinião pública, enfim o Banco Central retrocedeu e determinou que os Bancos troquem imediatamente as cédulas para o cidadão, não importa se ele é do bem ou do mal. Pelo menos, essa parte do prejuízo volta para os causadores, se é que se pode dizer que esses caras tem prejuízo. Agora, aquela outra, a da reposição das notas danificadas continua saindo do meu, do seu, do nosso bolso. Até quando??