sábado, 22 de agosto de 2009

Cenas da madrugada

Havia acabado de deitar, por volta de 1h da manhã, quando começa uma gritaria na rua. Uma voz feminina aos berros, discutia com um rapaz – Felipe, como repetia diversas vezes a descontrolada mulher.

Levantei, olhei pela varanda do quarto. Nada vi. A discussão abrandou. Deitei novamente.

Poucos segundos se passaram, e a discussão foi retomada em maior volume. Não aguentei. Fui para a varanda da sala, de onde se tem uma visão mais ampla da rua. Minha mulher acordou e veio atrás. A cena era curiosa: na calçada oposta, uma mulher grudada no braço de um homem, em frente a uma patrulhinha parada na pista, um policial de cada lado do casal, e a discussão rolando solta. Somente o casal. Os policiais não interferiam, provavelmente porque, como diz o ditado, “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Não consegui entender o motivo da discussão, pois a 15 andares de altura, apesar do silêncio da madrugada, ficou difícil pegar os detahes da conversa.

E o lance se estendeu por mais alguns minutos, quando um dos policiais entrou na viatura. Em seguida, o outro foi saindo de lado e entrou também. Acho que resolveram esperar sentados pelo desfecho.

Nisso, Felipe desvencilhou-se da mulher, deu um drible de corpo, gingou prá lá, gingou pra cá e correu, fugindo em direção à próxima esquina. A mulher, agora mais descontrolada ainda, largou a bolsa em frente a viatura, tirou os sapatos e saiu em disparada atrás do rapaz. Capaz de fazer inveja ao Usain Bolt!

Assustado, Felipe dobrou a esquina, mas a mulher não desistiu. Já iam além da metade da quadra, quando ainda ouviam-se os gritos da perseguidora implacável. Cena grotesca e hilária!

Os policiais, em sonoras gargalhadas, recolheram os pertences deixados pra trás, entraram na viatura e saíram devagar, pelo mesmo caminho do casal. O desfecho foi em outro lugar, longe dos nossos olhos.

Voltamos para cama, rindo muito, mas um tanto quanto frustrados por não sabermos o final da história. Demorei a dormir... Vez por outra, dava boas risadas na cama ainda lembrando da cena inusitada do rapaz, em desespero, fugindo da ameaçadora “mulher-relâmpago”.

Afinal, o que foi que você fez, Felipe??

Um comentário:

Unknown disse...

Foi muito engraçado papy!!!