Havia acabado de deitar, por volta de 1h da manhã, quando começa uma gritaria na rua. Uma voz feminina aos berros, discutia com um rapaz – Felipe, como repetia diversas vezes a descontrolada mulher.
Levantei, olhei pela varanda do quarto. Nada vi. A discussão abrandou. Deitei novamente.
Poucos segundos se passaram, e a discussão foi retomada em maior volume. Não aguentei. Fui para a varanda da sala, de onde se tem uma visão mais ampla da rua. Minha mulher acordou e veio atrás. A cena era curiosa: na calçada oposta, uma mulher grudada no braço de um homem, em frente a uma patrulhinha parada na pista, um policial de cada lado do casal, e a discussão rolando solta. Somente o casal. Os policiais não interferiam, provavelmente porque, como diz o ditado, “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Não consegui entender o motivo da discussão, pois a 15 andares de altura, apesar do silêncio da madrugada, ficou difícil pegar os detahes da conversa.
E o lance se estendeu por mais alguns minutos, quando um dos policiais entrou na viatura. Em seguida, o outro foi saindo de lado e entrou também. Acho que resolveram esperar sentados pelo desfecho.
Nisso, Felipe desvencilhou-se da mulher, deu um drible de corpo, gingou prá lá, gingou pra cá e correu, fugindo em direção à próxima esquina. A mulher, agora mais descontrolada ainda, largou a bolsa em frente a viatura, tirou os sapatos e saiu em disparada atrás do rapaz. Capaz de fazer inveja ao Usain Bolt!
Assustado, Felipe dobrou a esquina, mas a mulher não desistiu. Já iam além da metade da quadra, quando ainda ouviam-se os gritos da perseguidora implacável. Cena grotesca e hilária!
Os policiais, em sonoras gargalhadas, recolheram os pertences deixados pra trás, entraram na viatura e saíram devagar, pelo mesmo caminho do casal. O desfecho foi em outro lugar, longe dos nossos olhos.
Voltamos para cama, rindo muito, mas um tanto quanto frustrados por não sabermos o final da história. Demorei a dormir... Vez por outra, dava boas risadas na cama ainda lembrando da cena inusitada do rapaz, em desespero, fugindo da ameaçadora “mulher-relâmpago”.
Afinal, o que foi que você fez, Felipe??
sábado, 22 de agosto de 2009
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Um comentário:
Foi muito engraçado papy!!!
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